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O futebol é sem dúvidas uma de minhas (e de grande parte dos brasileiros) paixões, a emoção de ir a um estádio sentir a calor da torcida gritando é fascinante, sou um apaixonado pelo futebol, sua história e sua capacidade de mobilização, basta ver que o futebol é o maior símbolo de identidade nacional. Na minha ultima passagem pelo Rio Grande do Sul tive o prazer de conhecer um pouco de um clube fantástico do interior deste estado, que em meio a especulação e super valorização de "craques" e promessas, aos grandes contratos publicitários, ao avanço da modernização do futebol, pequenos clubes sobrevivem se adequando da maneira que podem sem deixar de lado a identidade com sua cidade e a amor ao esporte. Um desses clubes é o Grêmio Esportivo Brasil, mais conhecido como Brasil de Pelotas.
Conhecia muito pouco desse time, apenas o básico, sabia que era um clube do interior como qualquer ou outro sem dinheiro, que brigava por posições intermediarias na tabela do campeonato estadual e que no início do ano passado per três companheiros de equipe num trágico acidente entre eles o maior ídolo da equipe. Em partes estava correto, mas não sabia que o GEBrasil era diferente, possuía uma torcida fiel capaz de dividir uma cidade com seu arquirival levando multidões para os jogos da Série C (vulgo terceirona), transformando o estádio Bento de Freitas em um caldeirão. Pera ai, um time do interior com torcida fiel? Que lota estádios em jogos da terceira? Que viaja para apoiar o time? Sim, assim como muitas outras equipes da margem do futebol brasileiro o Xavante leva como seu maior triunfo uma torcida apaixonada que não se rende ao futebol de consumo.
Hoje em meio a modernização (e elitização) do futebol, que cada vez mais afasta o torcedor de verdade dos estádios (ou arenas multiuso que é o que os nossos estádios estão virando hoje) com preços exorbitantes de ingressos para trazer para seu lado o "torcedor consumidor", aquele que paga uma fortuna para ver o time jogar e exige conforto, compra artigos oficiais desde camisinha até agasalhos, e que se sente no direito dele (claro, consumidor) de exigir vitórias independente da fase vivida pelo clube, e quando seu time estiver mal ele sabiamente dirá que não pagará para ver o time. Esse é o perfil clássico do torcedor consumidor, que hoje se torna mais comum, e é justamente esse tipo que o Xavante quer longe de si. Os principais sintomas da modernização são: 1) falta de identidade jogadores-torcida, 2) empresários influenciando a direção, 3) parcerias para trazer grandes jogadores, 4) contratos publicitários milionários, 5) supervalorização de atletas, 6) saída precoce de jogadores para clubes estrangeiros, 7) super exploração comercial da marca.
Esse processo de modernização do futebol é muito complexo para explicar completamente nesse post, entretanto existe ainda amor a camisa! São casos raros, eu sei, mas devem ser valorizados como a caso de Milar maior jogador da história do Xavante que morreu em um acidente no início de 2009. O Brasil de Pelotas assim como outros clubes escondidos da mídia Brasil a fora é um tapa na cara dos que defendem a modernização ou melhor dizendo a elitização do futebol, casos como este mostram que o futebol, moleque, desinibido, livre e apaixonante ainda existe em meio ao milionário futebol da primeira divisão que priva cada vez mais seus torcedores da emoção das arquibancadas para levar ao estádio as cadeiras e os consumidores. Infelizmente o futebol não está de fora do capitalismo e se rende a ele como um negócio milionário, mas que ainda no fundo tenta preservar sua essência.
Agora, como conheci melhor essa jóia dos pampas, fica pra outro post. Viva O GEBrasil de Pelotas, viva a torcida Xavante, viva a paixão pelo esporte. Ao futebol moderno e seus defensores, que sentem suas bundas gordas nas cadeiras numeradas e apreciem o melancólico show de descaso com a camisa (ou melhor outdoor) de seu time do cartão, ops, coração.
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